O que é discovery de produto?

Entenda o que é discovery de produto, por que tantas empresas erram nessa etapa e como evitar falhas que custam caro lá na frente.

10/30/20256 min read

No desenvolvimento de produtos digitais, o discovery é o momento em que o time se dedica a entender o problema antes de construir qualquer solução. É uma etapa estratégica, baseada em evidências, que ajuda a reduzir desperdícios, priorizar com clareza e aumentar as chances de criar algo que realmente gere valor.

Um bom paralelo é pensar no discovery como o mapa antes da viagem. É possível viajar sem ele, mas a chance de se perder, fazer desvios desnecessários ou chegar ao destino errado é enorme. No mundo dos produtos, quando o time pula essa etapa ou a executa mal, o resultado costuma ser funcionalidades inúteis, retrabalho, queda de engajamento e metas de negócio não atingidas.

A questão é que muitas empresas tratam o discovery como algo superficial, apenas para “cumprir processo” e aí ele deixa de funcionar.

Discovery não é brainstorming

Um erro frequente é confundir discovery com uma simples sessão de ideias. Claro que a geração de hipóteses faz parte. Mas o verdadeiro foco do discovery está na escuta ativa, na análise de dados, no contato com o usuário real e na validação rápida de hipóteses.

Essa investigação precisa ser objetiva. O time precisa entender a dor antes de imaginar a solução. É necessário observar o comportamento de usuários, identificar padrões, entrevistar com profundidade e, principalmente, testar hipóteses com o menor esforço possível.

A prototipação rápida, os testes de valor e os experimentos controlados são os meios mais eficazes de entender o que vale a pena construir. Um discovery eficiente mostra o que deve ser feito, mas também evita que o time invista esforço no que não faz sentido.

Quando o discovery falha

A falha mais perigosa do discovery não é visível de imediato. Ela acontece quando o time acredita que entendeu o problema, mas na verdade está operando com base em suposições. O backlog começa a se encher de tarefas que não resolvem a dor real do usuário. As entregas acontecem, mas os indicadores não se movem. E ninguém sabe exatamente por quê.

Sem uma compreensão clara do problema, o risco é alto de cair no “modo entrega”. Ou seja, o time trabalha muito, mas constrói pouco valor. Essa armadilha é mais comum do que parece, especialmente em organizações que ainda não conectaram discovery com estratégia de produto e dados reais de comportamento.

Falta de alinhamento é a origem dos problemas

O discovery envolve diferentes áreas: produto, design, tecnologia, negócio e dados. Quando essas áreas não estão alinhadas, o processo perde a direção. Cada uma traz uma perspectiva importante, mas se essas visões não forem integradas desde o início, a squad começa a operar em desalinhamento.

O design prioriza a usabilidade. A engenharia se preocupa com a viabilidade. O negócio quer retorno. O produto busca equilíbrio entre essas forças. Se essas visões não conversam, a solução final tende a ser confusa, cara e pouco efetiva.

Um bom discovery começa com clareza de objetivos, entendimento compartilhado sobre o que é valor e abertura para que todos participem da construção das decisões.

Usuário errado, dados errados, direção errada

Outro erro crítico acontece quando o discovery é baseado em achismos. Ou quando o time fala com usuários que não representam o público real. Isso distorce o entendimento do problema e gera produtos desconectados da realidade.

Essa falta de clareza vira bola de neve. O backlog se transforma em uma lista longa de ideias não resolvidas. A squad entra em modo de execução contínua sem direção clara. O valor gerado diminui e a frustração aumenta.

Boas práticas de priorização, como matriz de impacto e esforço, alinhamento com objetivos estratégicos e avaliação de valor para o usuário são fundamentais para transformar descobertas em decisões concretas.

Métricas de vaidade comprometem o resultado

É comum ver squads apresentando como resultado do discovery frases como “os usuários gostaram da ideia”. O problema é que gostar não é suficiente. Para um produto ser bem-sucedido, ele precisa resolver um problema, mudar um comportamento ou gerar um retorno mensurável.

Métricas como cliques, tempo de navegação ou feedbacks positivos são importantes, mas não bastam. O discovery precisa entregar clareza sobre valor, tração e impacto. Caso contrário, o time corre o risco de seguir uma direção sedutora, mas ineficaz.

Falta de priorização transforma ideias em bagunça

Mesmo quando o discovery gera bons insights, o desafio seguinte é decidir o que fazer com isso. Sem critérios sólidos de priorização, o time perde. Funcionalidades são escolhidas com base em urgência aparente, pressão de stakeholders ou simplesmente porque são mais fáceis de implementar.

A governança ágil define políticas automáticas de gasto, uso de tags, limites de recursos e alertas em tempo real. Assim, mantém custos sob controle sem travar a inovação.

É como ter um aplicativo de banco no celular: você tem liberdade de gastar, mas com alertas e limites que evitam surpresas no fim do mês.

Discovery sem continuidade perde valor

O erro mais comum e talvez mais grave é tratar o discovery como uma fase inicial isolada. Muitas empresas executam o discovery como se fosse um projeto com começo, meio e fim, encerrando antes mesmo do MVP ser lançado.

O discovery real é contínuo. Ele não para quando começa o desenvolvimento. Pelo contrário. É durante o delivery que o time coleta novos dados, observa o uso real, escuta feedbacks e aprende com os erros. Esse ciclo de aprendizado precisa estar vivo para o produto evoluir com consistência.

Perguntas para o nosso CTO...

O que é discovery de produto?
É o processo de investigação para entender o problema real do usuário antes de construir a solução. Envolve pesquisa, testes, validação e análise de comportamento.

Por que o discovery falha em muitas empresas?
Falta de alinhamento entre áreas, ausência de dados confiáveis, pressão por entrega rápida e validações mal feitas são os principais fatores.

Discovery serve só para novos produtos?
Não. Também é essencial para evoluções, melhorias, novos fluxos e para identificar por que algo já existente não está performando bem.

Qual a diferença entre discovery e delivery?
Discovery é a fase de aprendizado e definição. Delivery é a execução daquilo que foi validado. Um precisa do outro para gerar valor real.

Como saber se o discovery deu certo?
Quando há clareza sobre o problema, dados que justificam a solução e evidências de que ela gera impacto positivo para o negócio e o usuário.

Posso pular o discovery se já conheço bem meu público?
Mesmo com conhecimento prévio, o ideal é validar hipóteses com frequência. O contexto muda, e o comportamento do usuário também.

Discovery é uma prática essencial para qualquer produto digital que busca relevância, impacto e evolução contínua. As empresas que tratam Discovery como etapa fixa, isolada ou opcional tendem a pagar caro depois, com retrabalho, perda de tempo e baixa tração.

Na Makin, tratamos o discovery como uma forma contínua de operar.


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